Pesquisa
Raquel é Mestre em Música pela Universidade Estadual do Paraná e doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Música da Universidade do Estado de Santa Catarina (linha de Processos Criativos). É integrante do Grupo de Estudos em Performance Musical, o qual tem por objetivo investigar a performance musical enquanto processo, considerando seus aspectos técnicos, estilísticos, históricos, pedagógicos e interdisciplinares.
Sua pesquisa aborda a técnica violonística, especificamente o planejamento da ação de mão esquerda ao violão como fator determinante na fluência mecânica e sonora em uma execução musical.
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COMUNICAÇÕES DE PESQUISA
Walking: conceituação do comportamento de mão esquerda ao violão observado por Frank Koonce. Raquel Turra Loner, Alisson Alípio.
Comunicação do X Simpósio Acadêmico de Violão da Embap/ Unespar
Trabalhos publicados
Resumo: A presente pesquisa conceitua o comportamento de mão esquerda denominado Walking. Frank Koonce (1997), autor do termo, o descreve como o constante contato dos dedos com o espelho do braço do violão, propiciando, assim, fluência mecânica e sonora. Metodologicamente, procedemos a uma pesquisa bibliográfica acerca dos expedientes técnicos de sustentação do som que compõem o Walking, tendo como principal aporte teórico a Teoria da Digitação, de Alisson Alípio. Complementarmente, adotamos como referencial a abordagem da prática do violão denominada Aim Directed Movement (ADM), proposta por Anderson (1980), por considerarmos que o Walking não pode ser compreendido unicamente como uma sucessão de ações dos dedos sobre as notas, mas — principalmente — como um conjunto de movimentos que permitem a sustentação do som entre tais ações. Os resultados desta pesquisa mostram, portanto, que o Walking é uma sucessão de intenções e que, como tal, é uma perspectiva motora que orienta o processo de digitação.
Resumo: O presente artigo objetiva investigar as implicações da indeterminação na obra para violão solo de Leo Brouwer, contribuindo, assim, para enriquecer o discurso musical dos intérpretes ao apresentar novas perspectivas analíticas sobre a obra do compositor. As obras analisadas neste artigo — La Espiral Eterna (1973), Parabola (1973) e Tarantos (1974) — apresentam características que Jonathan Kramer associa à música pós-moderna, dentre as quais se destaca a indeterminação. O conceito de indeterminação em relação à performance, formulado por John Cage, orientou a análise das composições, através da qual foram identificados elementos cuja determinação é propositadamente delegada ao intérprete, assim como elementos cuja indeterminação decorre das limitações da notação musical. A análise das obras demonstrou que a indeterminação dos seus elementos é parcial e que cada obra apresenta diferentes graus de indeterminação. A investigação acerca do significado destas indeterminações na obra de Leo Brouwer fundamentou-se, também, nas formulações de Jonathan Kramer acerca da escuta pós-moderna — que propõe que o significado de uma composição é construído a partir da interação entre o texto musical, o intérprete e o ouvinte — e da percepção do tempo na música — compreendida como a principal forma através da qual o ouvinte constrói o significado musical. Conclui-se que os diferentes tipos de indeterminação permitem ao intérprete inscrever o seu próprio significado na obra, participando ativamente na construção do significado por parte do ouvinte.